Um estudo indica que cerca de 10% dos adultos jovens medicados com remédios contra depressão e ansiedade sofrem, na verdade, de transtorno bipolar. E o uso isolado de antidepressivos, entre esses pacientes, pode trazer consequências graves.
O transtorno bipolar é caracterizado pela alternância entre períodos de depressão e euforia (mania). A pessoa pode passar longos períodos em um estado depressivo, por isso é comum que médicos prescrevam antidepressivos e nem cheguem a desconfiar de bipolaridade.
O problema é que esses remédios, quando não acompanhados de estabilizadores de humor, podem deflagrar crises de mania. Os sintomas que costumam aparecer são aumento de energia, autoconfiança, tendência a falar bastante, insônia e, em alguns casos, as pessoas assumem comportamentos de risco, como ter múltiplos parceiros sexuais ou contrair dívidas.
Infelizmente, nem todos os pacientes que tomam antidepressivos são acompanhados de perto pelo psiquiatra. E quem está em mania não percebe que precisa de ajuda – pelo contrário, a pessoa acha que nunca esteve tão bem.
O estudo da Universidade de Leeds, que foi financiado pelo governo britânico, mostrou que o equívoco de prescrever antidepressivos isoladamente para bipolares é mais comum entre pacientes mais jovens e com episódios mais graves de depressão. Os dados foram publicados no British Journal of General Practice.
Além dos prejuízos que as crises de mania podem causar, após a euforia é comum que a depressão venha com mais força, deixando o indivíduo ainda mais vulnerável ao risco de suicídio. Por isso, os autores recomendam aos médicos que sejam mais criteriosos e analisem, também, o passado do paciente antes de prescrever antidepressivos.
É importante que amigos e familiares tenham consciência do problema, já que são as pessoas mais próximas. Elas podem notar algum comportamento diferente ou inadequado e insistir para que a pessoa consulte o médico, por exemplo.
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